Rafael Barros Magosso |
Era hora de ir para a cama,
e o Coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do Coelho Pai.
Ele queria ter certeza de
que o Coelho Pai estava ouvindo.
- Adivinha quanto eu te
amo? - disse ele.
- Ah, acho que isso eu não
consigo adivinhar - respondeu o Coelho Pai.
- Tudo isso - disse o Coelhinho, esticando seus bracinhos o
máximo que podia.
Só que o Coelho Pai tinha os braços mais
compridos. E disse:
- E eu te amo tudo isto !
Huuum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho.
- Eu te amo toda a minha
altura - disse o Coelhinho.
- E eu te amo toda minha
altura - disse o Coelho Pai.
Puxa, isso é bem alto,
pensou o Coelhinho. Eu queria ter os braços compridos assim.
Então o Coelhinho teve uma
boa ideia. Ele se virou de ponta cabeça,
apoiando as patinhas na árvore.
- Eu te amo até as pontas
dos dedos de meus pés!
- E eu te amo até as pontas
dos dedos dos teus pés - disse o Coelho Pai balançando o filho no ar.
- Eu te amo a altura de meu
pulo! - riu o Coelhinho saltando, para lá e para cá.
- E eu te amo a altura do
meu pulo - riu também o Coelho Pai e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos das
árvores.
- Eu te amo toda a
estradinha daqui até o rio - gritou o Coelhinho.
- Eu te amo até depois do
rio até as colinas - disse o Coelho Pai.
É uma bela distância,
pensou o Coelhinho.
Ele estava sonolento demais
para continuar pensando.
Então ele olhou para além
das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite.
Nada podia ser maior do que
o Céu.
- Eu te amo ATÉ A LUA! -
disse ele, e fechou os olhos.
- Puxa, isso é longe! disse
o Coelho Pai. Longe mesmo!
O Coelho Pai deitou o
Coelhinho na sua caminha de folhas. E então se inclinou para lhe dar um beijo de Boa Noite.
Depois, deitou-se ao lado
do filho e sussurrou sorrindo:
- Eu te amo até a lua...IDA
E VOLTA !
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